A abertura dos destinos e ter acesso às informações atualizadas são quesitos fundamentais para a maior parte das pessoas quando o assunto é viajar. Entre números de faturamento, embarques e outros dados, essas e outras respostas sobre o que, de fato, faz diferença na hora de decidir se é o melhor momento para comprar a tão sonhada viagem fazem parte do Boletim Mensal Braztoa de Julho, estudo realizado por meio de uma parceria entre a BRAZTOA (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) e a UP Soluções, com o objetivo de gerar inteligência de mercado a partir de informações das associadas.

Em julho, 17% das operadoras chegaram ou ultrapassaram o patamar de vendas pré-pandemia (2019), e 58% ainda não atingiram metade do faturamento histórico. Entretanto, já é possível observar uma evolução neste quesito: em julho, houve um aumento de 10 pontos percentuais entre as empresas faturando de 51 a 75% da média histórica, e uma redução de 8% nas que faturaram até 25%, ambas em comparação com junho deste ano.

Ao se comparar o desempenho dos últimos dois meses com a média histórica, constatou-se que  julho foi melhor do que junho, sobretudo por conta da redução de 20% nas empresas que não tiveram embarques (caiu de 26% para 6%). Além disso, 82% dos embarques foram relativos à novas vendas realizadas (4% a mais que no mês anterior). 

88% dessas vendas foram para o mercado nacional e 12%, para o internacional. Atualmente, cerca de 42 países estão com restrições leves para receber brasileiros e, somado ao avanço da vacinação e à agilidade no resultado de testes para Covid-19, formam um conjunto de fatores que podem ter contribuído para o retorno das viagens internacionais, que ficou evidente não apenas pelo faturamento, mas também pelos embarques realizados, representando 10% do total. Apesar de estar abaixo da média histórica, esse indicador é um dos mais altos dos últimos 15 meses.

A busca por regiões internacionais está muito relacionada aos destinos com restrições leves para brasileiros. Deste modo, identificou-se um aumento na busca pela Ásia, Oceania, África, América do Sul e Europa, e uma redução para América Central e Caribe e América do Norte. Entretanto, mesmo com a redução, a América Central e Caribe seguem na frente. Os destinos mais vendidos foram Cancun, Maldivas, Punta Cana e Dubai, e aqueles que se destacaram nas buscas mais recentes foram França, Itália e Suíça.

No Brasil, as Regiões Nordeste e Sul seguem entre as mais procuradas. Destaque para Gramado, Salvador, Fortaleza, Bahia, Porto de Galinhas e Recife.

Sobre a data de realização das viagens nacionais comercializadas, a maior parte aconteceu no mesmo mês da compra (Julho) ou se realizará até o fim de 2021.

No internacional, os embarques até dezembro deste ano são predominantes. Aqui, o fato de os turistas estarem aproveitando as ofertas para o segundo semestre de 2021, pode ter grande contribuição para o volume significativo para esse período.

As viagens nos períodos de férias, antes priorizadas pela maior parte das pessoas, começam a dar espaço para embarques programados para outros momentos. “Identificamos um aumento de 12% nas vendas fora do período de férias e feriados, em comparação à média histórica (salto de 34% para 46%). A sazonalidade é um dos maiores desafios do turismo e esta redução é, sem dúvidas, extremamente benéfica. É necessário potencializar estas ações que geraram esta modificação do mercado” explica a Rayane Ruas, Head of Intelligence da UP Soluções.

Perfil de consumo Férias de julho

Com famílias de adultos e famílias com crianças liderando o perfil do viajante, os Resorts, Sol e Praia, Luxo e Turismo Rural figuraram entre os mais buscados do mês e apontam para a preferência do público por lugares com protocolos de segurança estabelecidos.

Experiências completas aparecem como serviços mais buscados, seguidas pelo terrestre e pela locação de automóvel, em que as locadoras apontam um crescimento de 128% na locação de SUVs. A duração da viagem predominante é de 5 a 9 dias.

Fatores decisivos para a compra da viagem

Saber o que é importante para decidir se é, ou não, a hora de viajar é fundamental para que empresas, destinos e empreendedores do setor sigam um trabalho assertivo para a captação e fidelização do seu público. Segundo o Boletim Mensal Braztoa, a abertura do destino é decisiva para 86% dos turistas e obter informações atualizadas é essencial para 79%. Estar vacinado é relevante para 75% dos viajantes e a flexibilização em relação aos pagamentos e remarcações estão no topo das prioridades de 74% e 75% dos turistas, respectivamente.

Esses dados mostram que os serviços personalizados das operadoras têm se revelado fundamentais ao viajante, agregando valor à cadeia de distribuição, principalmente em relação à qualidade e agilidade nas informações e flexibilização na relação de compra.

Já a flexibilização das medidas restritivas aliadas à vacinação, aos protocolos de segurança, à ampliação e resultados rápidos de testagem, são fortes indicadores na hora da escolha do destino.

“A evolução do Boletim Mensal Braztoa acompanha as mudanças do mercado. A cada mês, trabalhamos para obter dados inéditos e fundamentais para a tomada de decisão das operadoras e de toda a cadeia do Turismo, sempre trazendo uma linha do tempo comparativa e bem contextualizada dos fatos. Nosso objetivo de gerar inteligência de mercado a partir de informações das nossas associadas tem elevado o nível das nossas pautas, modelos de gestão e atuação, além de reforçar o papel fundamental das operadoras e dos consultores de viagem nesse momento de reconstrução do setor”, disse Roberto Haro Nedelciu, presidente da BRAZTOA.