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FALTAM IGREJAS, SOBRAM TEMPLOS

Artigo de José Carlos Tores, pastor da Igreja Batista no Rio de Janeiro.

Publicada em 30/04/20 às 17:45h - 488 visualizações

Pastor José Carlos Torres


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FALTAM IGREJAS, SOBRAM TEMPLOS
Templo transformado em livraria.  (Foto: Divulgação)

Uma reportagem que me fez pensar, com o título “Igrejas na Holanda ganham nova finalidade”, foi publicada na Midioteca do Deutsche Welle Brasil, em dezembro de 2017, e mostra como muitos templos somente na cidade holandesa de Maastricht tiveram seu uso direcionado para outros fins, não religiosos ou de culto a Deus. A foto que ilustra esta postagem é a de um templo, transformado em livraria. 

O motivo para isso  é que, segundo a reportagem que enfoca quase que só templos católicos, ali sobram templos e faltam fiéis que possam e queiram usá-los como tais.

Significativa, também na reportagem é a reiterada repetição da palavra igreja, referindo-se a templos, equívoco que marca todo o cristianismo ocidental e, ao menos para mim, constitui-se numa das barreiras mais poderosas para que a verdadeira igreja, os cristãos, o corpo de Cristo, tomem consciência da sua natureza, do que são mais fundamentalmente, bem como da sua responsabilidade de ser “sal da terra” e “luz do mundo”.

O fenômeno mostrado nesta reportagem faz-nos ver também o risco da aculturação da igreja ou do cristianismo, em qualquer lugar do mundo. Aculturado e tornado parte da paisagem cultural cotidiana de uma sociedade qualquer, o cristianismo perde seu caráter próprio e diferenciado, perde seu aspecto contra-cultural e, como consequência, seu fascínio, sua relevância e sua capacidade transformadora. Passa a ser mais do mesmo, e somente isso, na sociedade em que esteja radicada.
E olhe que “muitas das 53 "igrejas" da cidade holandesa não são usadas como locais de cultos desde a Revolução Francesa”. Houve muito tempo, então, para pensar no que estava acontecendo e para que fossem buscados novos caminhos para superar a crise já então visível. Mas nada foi feito.

Com uma obsoleta e ininteligente tendência anticatólica, radical e às vezes cega, temos sido levados a brigar com o “adversário” errado e achar que os males só atingem os outros, não e nunca a nós mesmos. 

Na verdade, precisamos abrir os olhos para o momento que estamos vivendo, em que o “evangelicalismo made in Brazil" vai definhando em sua integridade, em meio a uma grave crise de identidade e de unidade, e somente parece ter a ilusão de escapar disso através das mega igrejas, com seus mega templos e negócios. E a isso se somam “igrejas” que misturam práticas de religiosidade popular católica do passado, com as do chamado “baixo espiritismo”, do marketing e do show business, quando não se transformam principalmente em projetos de poder e negócios, com aparência de igreja, para explorar espiritual, emocional, econômica, financeira e até mesmo eleitoralmente os mais necessitados e enfraquecidos.

Somente a cegueira provocada pelos pecados da vaidade, da soberba e do oportunismo, aliada à falta de discernimento para ler “os sinais dos tempos”, e somada à covardia, sempre antiprofética, permitem que não estejamos vivendo um momento de reconhecimento dos nossos erros e do nosso distanciamento dos ensinos de Jesus. 

Um momento de arrependimento verdadeiro e de busca de um avivamento genuíno que brote da busca sincera da plenitude do Espírito Santo, e se traduza em santificação e nos frutos que ele produz em nós, enquanto  indivíduos, e em igrejas cujos testemunhos gerem um grande impacto transformador nas sociedades onde vivem e estão radicadas.

Por situações e desvios que guardam semelhança com o momento atual da igreja no Brasil e no mundo, foi que Martinho Lutero se levantou, clamando “Sola Scriptura; Solus Christus; Sola Gratia; Sola Fide; Soli Deo Gloria” e, como resultado, veio a chamada Reforma Protestante.

Sem a busca da santificação e de um avivamento verdadeiro, baseados numa espiritualidade genuinamente cristã, e que resultem numa profunda e radical reforma da igreja, não há futuro.

Sem isso, e com a velocidade em que o mundo e a história hoje caminham, logo chegará o tempo em que, a exemplo do que ocorreu e ocorre na Europa e em países da América do Norte, especialmente nos EUA, também em terras brasileiras sobrarão templos e faltarão igrejas ou crentes e comunidades cristãs verdadeiramente com Jesus comprometidos de forma radical.

E não vai nestas palavras, qualquer tom pessimista, mas apenas um alerta, feito a quem interessar possa, enquanto há tempo para uma grande e transformadora mudança.

Pastor Torres



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