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UMA NOVA ESPIRITUALIDADE PARA UM NOVO TEMPO 2

Artigo do pastor José Carlos Tores, da Igreja Batista no Rio de Janeiro

Publicada em 28/04/20 às 12:12h - 453 visualizações

Pastor José Carlos Torres


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UMA NOVA ESPIRITUALIDADE PARA UM NOVO TEMPO 2
 (Foto: Portal de Notícias Viaje Sergipe)
Espiritualidade e Decisões Humanas na História- Parte A

A espiritualidade, e não a religião, a política ou a economia é o elemento central e definidor de cada momento, pequeno ou grande da história humana, sem que muitas pessoas se deem conta disso.

A espiritualidade é o mais rico ativo intangível de toda a humanidade e, dependendo da sua natureza, dos seus fins ou propósitos e da ética que lhe é consequente, ela define a natureza da sociedade, as formas que assumem as relações políticas, sociais e econômicas dentro dela, os meios de que se utiliza para a consecução dos seus fins e, enfim, os valores, princípios e características estruturais que a conformam.

Toda decisão que os seres humanos tomam e, depois, implementam ou não, das mais simples às mais amplas e complexas, no meu modo de ver é influenciada decisivamente por sua espiritualidade, seja ela construtiva ou destrutiva das relações pessoais e sociais, comprometida com a verdade ou a mentira, com o bem ou o mal do próximo, com a justiça social e a menor desigualdade possível ou com um mundo socialmente injusto e com crescente desigualdade e, por último mas não exaurindo essa questão, seja ela comprometida com a vida ou com a morte.

Há diversas espiritualidades no mundo e, mesmo dentro apenas do universo protestante e/ou evangélico, há espiritualidades próprias dos batistas, dos presbiterianos, dos metodistas, dos assembleianos, dos grupos neopentecostais etc. É exatamente a espiritualidade própria de cada um desses segmentos confessionais evangélicos que explica a singularidade de cada um, a diversidade que se mostra no conjunto deles e a identidade que caracteriza cada denominação ou arremedo disso, à luz da decisão de serem o que são e como são.

No meio de um povo e, até mesmo, de uma mesma religião, diferentes espiritualidades convivem e, muitas vezes se chocam, quando decisões têm que ser tomadas, às vezes em casos de vida ou morte, como nesse primeiro caso de conflito de espiritualidades, como exposto no Evangelho de João 8:1-11, que examinaremos a seguir.

Nesse texto é dito que Jesus estava ensinando a pessoas do povo, junto com seus discípulos, e “os escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério; e, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei, Moisés nos ordenou que ela seja apedrejada. Tu, pois, que dizes? E isso diziam eles (percebeu Jesus), os escribas e fariseus, tentando-o, para que tivessem de que o acusar.”

“Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra”, como a fazer com que tal pergunta ecoasse em suas próprias mentes e eles refletissem no que estavam prestes a fazer, em nome de sua religião e, como pensavam, em nome de Deus, pois era “como mandava a Lei de Moisés. E como eles insistissem, perguntando-lhe de novo, Jesus lhes disse: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela... E, tornando a inclinar-se, (numa espécie de “pedagogia do silêncio” Jesus de novo se pôs a escrever na terra.”

“Então, quando os escribas e fariseus ouviram isto, alcançado cada um em sua consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.”

“O restante auspicioso da história em exame, todos sabemos: “Ficando Jesus em pé, e não vendo ninguém mais que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E Jesus lhe disse: Nem eu também te condeno; vai e não peques mais.”

Este evento no ministério de Jesus, no meio do povo do que ele era parte e da religião em cujo seio ele fora formado é uma das ocasiões em que fica bem claro que, num mesmo povo, numa mesma sociedade humana e em segmentos diferentes de uma mesma religião convivem diferentes espiritualidades e, com elas, visões e posicionamentos diferentes que alcançam também de diferentes modos as pessoas, especialmente as menos favorecidas e vista como inferiores.

Escribas e fariseus de um lado, e Jesus do outro: duas espiritualidades diferentes, dois modos de olhar o ser humano e o pecado humano, duas formas de julgar a questão colocada e duas possíveis sentenças a serem consideradas.

- No seu modo de olhar, a mulher, para os escribas e fariseus, era um ser humano de segunda qualidade (sua religião assim as via, até que Jesus espalhasse as sementes da sua libertação) e uma vez apanhada em adultério, sem outras considerações humanas (e nem mesmo enfocando a outra parte, o homem com quem adulterara, este um ser superior a ela e, neste caso, não contemplado pela Lei), somente lhe cabia o castigo do apedrejamento, sem qualquer outra oportunidade, e o apedrejamento até a morte. Para Jesus, em sua humanidade, a mulher era um ser humano como ele e seus discípulos e, em qualquer circunstância, precisava de uma chance que o amor e graça de Deus, bem como o amor e o apoio humanos lhe ofertassem.

- Na forma de julgar, a dos escribas e fariseus residia em razões pretéritas, em provas factuais do delito e na inflexibilidade legal que caracteriza dogmáticos, intolerantes e fanáticos religiosos e outros. Diferentemente, a proposta de Jesus era não julgar, pois nenhum dos homens ali presentes tinha condições morais e espirituais para julgá-la. A proposta de Jesus foi a do acolhimento humano, do ir em socorro do seu próximo e o de correr o risco que tal decisão comportava.

- Quanto à condenação a ser anunciada, deixada à vontade dos escribas e fariseus, era a pena de morte da mulher, seu apedrejamento até lhe tirarem a vida. Desconcertados com a ação pedagógica de Jesus e seu perturbador silêncio, eles foram saindo um a um e hierarquicamente, como hierarquizada era a sociedade em que eles tinham lugar de destaque e a mulher era da ralé. Depois, a forma linda e edificante como essa pequena história termina diz bem da qualidade de Jesus como ser humano e Mestre da Vida: “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E Jesus assim lhe falou: Nem eu também te condeno; vai, mulher, e não peques mais (não continues te fazendo tanto mal).”

- Quanto à espiritualidade dos escribas e fariseus ela era a do frio e desumano legalismo (“bandido bom é bandido morto”), a da intolerância, do armamentismo (pedras), da violência, do gosto de sangue, da morte e de nenhum respeito à vida. A espiritualidade dos escribas e fariseus era da espécie que hoje podemos chamar de necro-espiritualidade, já então presente na vida e na história humana.

Já a espiritualidade exposta por Jesus na sua forma de tratar os escribas e fariseus e a mulher por eles acusada era, é e sempre será a espiritualidade comprometida com o ser humano, especialmente os necessitados; a que acena sempre com a superação do pecado e a possibilidade de um novo começo; a espiritualidade que sobrepõe o amor e a graça de Deus à dureza e inflexibilidade do legalismo; a que não vê na morte o ponto final da vida; a que não admite e não se dobra a leis de pena de morte; a espiritualidade para a qual o pecado e a morte estão derrotados; a espiritualidade comprometida com a vida, e isso como consequência do seu compromisso com Deus.

Hoje, como nunca, a questão da espiritualidade precisa ser objeto da reflexão e dos cuidados de mentes mais lúcidas, desejosas de sabedoria e de andar com Deus e de levar Deus ao mundo. Hoje, como nunca, eu e você precisamos pensar nisso e fazer a melhor e a mais coerente escolha, e isso em harmonia com o que cremos e com a igreja e o mundo que desejamos.

Pastor Torres



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