No dia 25 de setembro deste ano postei uma primeira mensagem sobre este tema, destacando a necessidade de se repensar o sistema de segurança pública no Brasil, e fazê-lo de forma comprometida com a vida e a segurança dos cidadãos brasileiros aos quais, em tese, a polícia deve servir.
E eis que, de novo, a polícia, agora de São Paulo, aparece envolvida em mais um acontecimento trágico, no qual a vida de seis jovens foram ceifadas, sem que houvesse uma razão legal para isso, pois no Brasil medidas deste tipo nunca existem, por não termos apena de morte em nossa legislação.
Quanto às informações mostradas na reportagem anexa, coloco cinco observações pessoais para nossa comum reflexão em torno do tema desta postagem:
1- O modelo de segurança pública que hoje temos, bem como o de polícia que dele faz parte, não nos servem e devem ser mudados, a partir da construção de um projeto novo, no qual o compromisso com a vida (de policiais e civis) e a construção da paz social sejam eixos fundamentais da sua nova base conceitual.
2- A mudança na direção acima proposta não admite, de forma alguma, idéias como a tal "excludente de ilicitude" que, no fundo, passando a julgar o comportamento violento e as ações assassinas de policiais, a partir de critérios totalmente subjetivos e informados por eles mesmos, nada mais significa do que, como tanto tem sido comentado, uma "licença para matar".
3- O novo modelo de segurança pública a ser pensado não deverá abrigar qualquer sistema de avaliação de desempenho da Polícia, de modo a ver no número de policiais mortos e de mortes por eles produzidas uma demonstração de que estão eles estão trabalhando bem, como tem salientado o atual presidente.
4- O objetivo do novo modelo de segurança pública deverá, estar voltado para a segurança da sociedade e de todos os cidadãos (militares e civis), não importando sua situação social e econômica, nem onde more, nem a cor de sua pele, num clima de paz social e não de guerra urbana, para que possa contribuir para a qualidade de vida de cada brasileiro.
5- Para mim, a polícia e todos os órgão de segurança pública, precisam estar capacitados, humana, técnica, conceitual e eticamente para, de forma preferencialmente preventiva, evitar tragédias que possam ser geradas especialmente com o perfil do que se chama de violência urbana.
6- Por último, é minha opinião, as polícias e órgãos de segurança, todos eles, devem cuidar para que eles mesmos, nunca sejam causadores, direta ou indiretamente, de tragédias como a ocorrida, do último sábado para o domingo, em Paraisópolis, periferia de São Paulo, a maior cidade do Brasil.
Por uma nova segurança pública!
Pastor Torres
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/12/01/oito-pessoas-morrem-pisoteadas-em-baile-funk-de-paraisopolis-diz-policia.htm