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Sobre os festejos juninos do Brasil

Artigo do professor de história, jornalista, turismólogo e especialista em Cultura Popular

Publicada em 22/06/22 às 08:16h - 437 visualizações

Nairson Socorro


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Sobre os festejos juninos do Brasil
Apresentação de Quadrilho Junina  (Foto: Arquivo Viaje Sergipe)

* Por Nairson Socrro

Anarriê, alavantú, balancê: matutês de festa junina é, na verdade, francês.

Os termos exóticos deixam a quadrilha ainda mais completa. Mas será que o 'matutês' é tão caipira assim?

É dia de festa na roça. Fogueira posicionada, caipiras arrumados, barraquinhas com quitutes suculentos e bandeirinhas de todas as cores enfeitando o salão. Mas o ponto mais esperado de toda a festa é sempre a quadrilha, embalada por música típica e linguajar próprio. Anarriê, alavantú, balancê de damas e tantos outros termos agitados pelo puxador da quadrilha deixam a festa de São João, comemorada em todo o Brasil, ainda mais completa. Mas será que o 'matutês' é tão caipira assim?

Embora os festejos juninos sejam uma herança da colonização portuguesa no Brasil, grande parte das tradições da quadrilha tem origem francesa. E muita gente dança sem saber. O povo brasileiro passou a conviver com essa realidade e a imitar de maneira irônica a dança que, até então, eles não tinham acesso.

As influências estrangeiras são muitas nas festas dos três santos do mês de junho. O 'changê de damas' nada mais é do que a troca de damas na dança, do francês 'changer'. O 'alavantú', quando os casais se aproximam e se cumprimentam, também é francês, e vem de 'en avant tous'. Assim também acontece com o balancê, que também vem de bailar em francês.

 Origens - Hoje é uma dança super popular, mas que já foi dançada na corte francesa. É bem provável que houve mesmo a adição do espírito brasileiro e fez esse caipirês que é ótimo. Alguns outros termos não são tão usados, mas também estão presentes em algumas quadrilhas. Esse é o caso do 'cumprimento vis-à-vis' (compliment vis-à vis) - um casal de frente para o outro - e o 'otrefoá' (autre fois), quando a ordem é repetir o passo feito pelos pares.  Tem muito mais Europa nas quadrilhas do que se imagina.

Jeitinho brasileiro

Seja em francês, em português ou em matutês, o importante é a confraternização. As pessoas passam cerca de um mês se preparando, procurando roupas, vendo quem vai fazer o quê de comida. Isso tudo é feito em conjunto.

De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial. Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.   

Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e  imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.   

 Comidas típicas - Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.

 Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.  

As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam. 

 Festas Juninas no Nordeste - Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região  Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a  seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura. 

Em Sergipe se brinca o melhor São João do Brasil. Não é bairrismo, é conhecimento de causa. Quando os ponteiros do relógio se cruzam marcando zero hora do dia primeiro de junho, Sergipe se transforma no maior arraial brasileiro. O Estado se divide em seis pontos estratégicos, sediados em Aracaju, Estância, Cristinápolis, Nossa Senhora do Socorro, Muribeca e Capela, que o fazem ser o caminho, nesta temporada do ano, para se brincar, numa contagiante alegria, os festejos juninos.

Todo Sergipe se prepara. As cidades são enfeitadas com banderolas multicoloridas. Na disputa pela melhor temporada junina, Sergipe faz bonito e se transforma no país do forró. Há muita mais. As apresentações inesquecíveis das belíssimas quadrilhas juninas e de grupos do rico folclore sergipano.


* Nairson Socorro é professor de história, jornalista, bacharel em turismo e especialista em cultura popular.


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