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TURISMO É POR OSMOSE, PRA QUE PLANEJAR: Retomar o que não planejou para reconstruir

Artigo do Jornalista Gorgonio Loureiro

Publicada em 01/12/21 às 15:28h - 364 visualizações

Gorgonio Loureiro - MT/Na 5349


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TURISMO É POR OSMOSE, PRA QUE PLANEJAR: Retomar o que não planejou para reconstruir
 (Foto: Rádio Boas Novas Aracaju)

Tivemos uma pandemia inteira para planejar, reformar, para voltar melhores do que éramos. Mas não fizemos nenhuma lição que agora, quase dois anos depois, pudéssemos tirar notar 10... Durante esse período de restrição pandêmica, predominou a preocupação de sobrevivência, do não fechamento dos negócios estabelecidos. O tempo que sobrava era utilizado para xingar os governantes por suas aplicações das restrições que tentavam impedir o avanço da doença. Todos desejavam e até usavam o chavão "quando tudo isso acabar", mas em nenhum momento pensaram: vou planejar, vou me preparar para quando tudo isso acabar... Estamos vendo e sentindo que ainda não acabou, mas a sensação, desejo e comportamento é de que acabou e já vivemos "o novo normal", outro chavão criado e largamente utilizado.

Tudo bem, digamos que esse dito "novo normal" chegou, e daí? O que encontrou de novidade no mercado ou na mentalidade do empresário? Sempre disse que o turismo é uma atividade muito sensível, e a qualquer ação positiva que seja feita, a resposta é imediata. Enquanto se falava que o turismo seria o último segmento da economia a voltar ao normal, eu repetia essa frase. Pois bem, tá aí para provar isso. A população quer viajar; os aviões, nestes recentes feriados prolongados, mesmo com preços do bilhete subindo 56% em um semestre, estão lotados; os índices de ocupação dos hotéis estão acima do mesmo período de anos anteriores, com prenúncio de que o verão será acima da média mesmo com a certeza de não ter Réveillon e a dúvida sobre ter ou não ter o Carnaval.

Mas, com tudo isso, o que de novidade será oferecido aos turistas? O que foi planejado para surpreender os visitantes que vão chegar nas cidades ávidos para consumirem, de preferência, novidades? Digo sempre que, no Brasil, se consome turismo "in natura", ou seja, o que a natureza nos presenteou e que o homem insiste em não ter o menor cuidado de preservar. As belezas naturais, a natureza nos dá de graça mas o homem não tem a capacidade de planejar, adicionando criatividade para oferecer aos visitantes, pois ele está ocupado em reclamar dos governantes, como faz o velho de cabeça branca que passa suas tardes sentado no Largo de Santana bebendo cerveja, vendo as ondas banharem as pedras da Casa de Iemanjá e olhando para a África...

Os poderes públicos precisam entender a importância de colocarem para trabalhar seus departamentos de planejamento, já que esta prática é fundamental para que a atividade do turismo seja melhor sucedida. Não se faz turismo por osmose, precisa-se de atenção e cuidados, pesquisa, observar tendências de mercado, para que haja crescimento e se atinja o ponto de maturidade desejado. Traduzindo: turistas, empregos e renda para o destino. Provavelmente alguns vão contestar o que escrevo aqui. É um direito. Mas, vejam só o que está acontecendo com o Réveillon, que acaba de ser cancelado em diversas cidades do Brasil, Carnaval ameaçado de mais um ano não existir, e esta ameaça e incerteza pode se esticar para o São João.

O que está acontecendo? Nada, e, pelo visto, não vai ter nada mesmo. Não se sabe de nada, pois tudo depende dos índices de vacinação da população com a segunda, terceira doses e, por consequência, rezar para essa possível 4ª onda que se avizinha com a variante Ômicron, descoberta na África do Sul, já instalada em alguns países da Europa, não atravesse o Atlântico com a mesma força das anteriores.

Lembro-me, agora, ter escrito um artigo no ano passado, no qual dizia: “e se não existisse o Réveillon e o Carnaval”, como seria o verão sem nenhum planejamento para suprir a falta desses dois grandes eventos? Chegamos aqui, um ano depois, com a mesma pergunta e a mesma resposta.

Conheci recentemente, durante a realização do ENCOMTUR Pará, um grupo de jovens blogueiras originárias de diversos estados do Brasil que se chama “Elas pelo Turismo”. Nem todas jornalistas, mas todas com muita sensibilidade e visão jornalística sobre a nova maneira de vender e consumir turismo. Cada uma fala sobre um determinado segmento da atividade naquele destino visitado. É um verdadeiro Raio X, que mostra as deficiências e eficiências que o turista vai vivenciar durante sua estada, o que determinará seu retorno ou não. Um exemplo: quantos e onde estão situados os restaurantes vegetarianos da cidade, para quem é adepto desse tipo de alimentação? Quem gosta de praticar campismo, onde estão situados os Campings ou áreas possíveis de acampar? São esses pequenos detalhes que revelam se existe ou não planejamento turístico no destino.

É muito normal ver releases e postagens dos órgãos oficiais do turismo dizerem que estão desenvolvendo essa e aquela ação mercadológica, promocional, divulgação ou a quase esquecida campanha publicitária tradicional. Mas não se tem conhecimento da mensuração de resultados dessas ações. Como se poderia constatar a veracidade dessas afirmações? Um índice maior do que os hotéis anunciam de ocupação, aumento do número de voos (apesar de que as aéreas estão repondo voos que retomam as posições anteriores à pandemia) e outros indicadores de que estas ações estão gerando resultados palpáveis no destino.

O certo é que a população, premiada por diversos feriados esticados, pode sair de casa com mais segurança, oferecida pela vacinas, para gastar algum dinheiro guardado durante o período crítico da pandemia, principalmente os funcionários públicos e aposentados que não sofreram perdas salariais enquanto ficavam em casa se resguardando da Covid-19, apesar dos preços exorbitantes das passagens aéreas domésticas e o preço do dólar para as viagens internacionais.

O verão se aproxima e, pelo visto, não será conhecido nenhum lançamento de coleção que possa atrair os olhares ávidos dos turistas desembarcando nos diversos destinos turísticos brasileiros, sedentos por novidades que, por certo, não acharão. O cardápio será o mesmo, as cores do verão serão laranja pôr-do-sol e azul cor do mar, com pequena variação para o verde da Chapada Diamantina, e assim segue o turismo brasileiro.




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