O capítulo dezessete do Evangelho de João é o registro de uma oração profunda de Jesus – a Oração Sacerdotal. Leia comigo essa oração:
Jesus começou orando, fazendo uma espécie de relatório resumido de seu ministério. Ele recebeu autoridade diretamente do Pai e cumpriu de maneira fiel todo o plano traçado. Com o seu ministério Jesus ofereceu oportunidade de vida eterna a todos os homens dando a conhecer o Pai (leia Jo 17:2-3).
Naquele momento, tendo consciência de que o caminho da cruz havia chegado, Jesus rogou para que o suplício adiante não fosse a demonstração ou marca de dor, perda e derrota, mas sim um momento e situação de exaltação e glorificação do Filho.
Assim, Jesus pediu que, naquilo tudo, ele pudesse retomar a sua glória original e que a morte não a ofuscasse (leia Jo 17:5 e compare com Jo 1:14).
Depois deste primeiro momento de oração, Jesus passou a interceder pelo grupo de discípulos mais achegados a ele. Ele tinha convivido com aqueles homens durante os três anos de seu ministério e agora estava partindo. Era preciso pedir em especial por eles.
Enquanto os discípulos poderam contar com a presença física de Jesus entre eles, estavam amparados (confira Jo 17:12). Só que este tempo estava se findando. Então, para que a alegria de Cristo estivesse completa – como ele mesmo diz – ele pede basicamente três coisas em relação àquele grupo:
Primeiro. Mantenha-os unidos (v. 11). Somente na força do amor brotado da união entre eles é que poderiam enfrentar e vencer os embates que viriam pela frente.
Segundo. Guarda-os (v. 15). Por viverem fisicamente em meio a um mundo hostil, aqueles discípulos precisavam que fossem guardados do mal.
Terceiro. Santifica-os (v. 17). Isto foi o que Jesus se empenhou em fazer durante todo o seu ministério, agora o Pai completaria a obra.
Tendo rogado pelo seu grupo mais íntimo, Jesus Cristo entendeu que sua súplica deveria ser estendida a todos os que, depois daqueles, haveriam de vir a crer nele por intermédio da palavra a testemunho deles (confira Jo 17:20).
Mais uma vez é pela unidade do grupo que Jesus ora: a fim de que todos sejam um (v. 21). E mais, o padrão continua sendo a unidade divina que há entre o Pai e o Filho.
O Mestre entendia que o perfeito relacionamento que sempre existiu entre as figuras divinas, deveria ser o modelo e padrão para a unidade entre os que cressem em sua palavra.
Então Jesus não somente apresentou o exemplo, ele entendeu que deveria haver uma intervenção do Pai naquele grupo para que a unidade fosse preservada.
E assim ele orou.