Os fariseus e alguns Mestres da Lei sempre procuraram Jesus, mas, ao contrário da multidão, não para dele aprender ou receber de suas obras maravilhosas. Eles queriam questionar sobre o comportamento de Jesus
(O episódio aqui citado está narrado no Evangelho de Marcos, capítulo sete).
Estava claro que Jesus tinha poder para realizar milagres e estabelecer o Reino de Deus, e isto ninguém podia mais negar (veja como termina o capítulo anterior do Evangelho). Então os líderes religiosos da época tentaram uma outra abordagem para desqualificar Jesus e seu evangelho: a não conformidade com as tradições.
Assim, tomaram como pretexto o caso das mãos que deveriam ser lavadas antes das refeições.
Aqueles homens da religião perceberam que os discípulos de Jesus não guardavam a tradição de se lavarem antes de comer e indagaram: Por que seus discípulos não seguem as tradições? (Mc 7:5).
Se Jesus e seus discípulos não guardavam as tradições da Lei, como poderiam ser legítimos representantes de Deus?
Jesus, tendo compreendido a intenção dos seus opositores, respondeu sobre a verdadeira razão de ser dos atos religiosos. O que torna o ser humano impuro é a sujeira que vem do seu interior! (Mc 7:15).
Através desta ilustração, Jesus não somente calou seus adversários como deixou um ensinamento valioso. A tradição e o formalismo religioso não purificam o coração do ser humano. E isto os fariseus não conseguiam compreender. Eles pensavam que por cumprirem rituais estariam aptos para entrarem no Reino de Deus.
Ora, Jesus não quebrou ou renegou a Lei de Deus (como o faziam seus adversários em nome da tradição – leia Mc 7:13), antes ensinou que o importante não eram as ações exteriores, mas um coração contrito e levado pela entrega e motivações verdadeiras que tornam alguém puro.