Iolanda Santos de Oliveira, a serva dedicada, foi convocada dia 13 de novembro de 2020 para voltar ao lar celestial passando, assim a nos preceder junto ao Pai.  O nome da gentil nonagenária ficou gravado no coração dos que a conheceram. Seu agir firmou marca inconteste, sinônimo de trabalho laborioso e reverberativo, a história dos Batistas em Sergipe, notadamente no âmbito feminino, mostra quem foi essa valorosa serva do Deus altíssimo. Filha de Ascendino Francisco dos Santos e Doralice Ferreira dos Santos nasceu em 6 de junho de 1923 no município sergipano de Frei Paulo, mas passou significativa fase de sua infância na cidade de Estância, deslocando-se, ainda na adolescência para continuar os estudos em Aracaju. Na capital de todos os sergipanos Iolanda foi matriculada no Instituto de Educação Rui Barbosa onde fez o curso normal, habilitando-se, portanto, professora. Casou aos 21 anos de idade com o já saudoso diácono Josafá Freire de Oliveira, dessa união nasceram os filhos: Doralina, Dione, Josafá de Oliveira Filho e Dayse, trabalho para ela, era complemento da vida, administrou com eficácia o lar, educação dos filhos, incluindo nesse labor o cultivo da vida cristã daqueles; atividades não se constituíam impedimentos para o efetivo exercício da docência e, evangelismo das pessoas, isto fazia como um verdadeiro sacerdócio.

  Antenada com o seu tempo ensinou, ministrou palestras em diversos eventos evangélicos e seculares.  Através da então Sociedade de Senhoras, Moças, e Crianças, dedicou tempo de qualidade à causa cristã evangélica, ela e outras aguerridas mulheres trabalhavam em equipe, isto nos remonta as décadas de 1940/50 quando frentes voluntárias mantidas pelas igrejas batistas da capital, seguiam ao Bairro Suissa ou ao município sergipano de Barra dos Coqueiros para realizar evangelismo. Sempre organizadas as mulheres faziam escalas para atendimento em várias áreas. Notáveis companheiras de jornada evangelística a partir daquela década: Ricardina Cabral, Lou Mein, Lúcia Soares, Jolanda Oliveira, Nelsina Oliveira, Hilda Sobral de Faria, Ruth Dias, Elza Seehagen Freitas, Rute Amaral, Jérsia Lobão, Jerusa Arandas, Corália Campelo, Alina Oliveira, Amélia Menezes e Angelina Muniz. Iolanda se constituiu uma das primeiras apresentadoras do Programa Radiofônico Mulheres da Bíblia idealizado pela instituição que congregava as mulheres batistas em Sergipe e, também apresentou programas radiofônicos evangelísticos na cidade de Corrente (PI). 

Além de professora do Educandário Americano Batista, assumiu vários cargos nas instituições da denominação, especialmente na Junta da União Feminina Estadual: presidente, vice-presidente, tesoureira, e uma infinidade de cargos nas igrejas (foi membro da Siba e Piba) professora da Escola Bíblica Dominical, conselheira das moças, enfim deixou um legado de trabalho reverberativo para as gerações. Amava seus irmãos e pastores, lembrava sempre com afeto dos pastores Jabes Nogueira, Paulo Sérgio e tantos outros que conheceu ao longo de sua preciosa vida; nesse trajeto nonagenário um fato lhe emocionou, a presença do tão querido pastor José Carlos de Medeiros Torres na celebração dos seus 95 anos de vida. 

Flagrante do aniversário de 95 de dona Iolanda, ladeada pelos pastores Paulo Sérgio dos Santos da Primeira Igreja Batista de Aracaju - PIBA e José Carlos Torres, ex pastor da Segunda Igreja Batista de Aracaju - SIBA, atualmente no Rio de Janeiro.

Amava as letras chegando a publicar dois livros, realizando lançamentos em datas importantes, celebração dos 80 e 90 anos, respectivamente: A vida que eu vivi (autobiografia) e Variedades da Alma (coletânea de meditações). Viveu 97 anos, circundada pelos filhos, noras, genros, netos e bisnetos que lhe dispensaram amor, muito afeto e atenção sem limites.

Observando o trabalho de Iolanda entre nós a mente saudosa nos traz outras incansáveis, que trabalharam igualmente “combatendo o bom combate” a exemplo de: Virgínia Góes, Nelita Socorro, Iracy Ramos, Celuta Santana, Aliete Oliveira e outras, todas afeitas ao evangelismo e ao voluntariado na denominação Batista. À memória dessas mulheres aguerridas o reconhecimento pelo grande legado.